O mundo precisa acelerar as ações para segurar o aquecimento global. De acordo com uma pesquisa da Organização das Nações Unidas (ONU), os planos atuais para conter as emissões de gases do efeito estufa só vão conseguir limitar o aumento da temperatura global a 2,3 graus Celsius (°C) – acima da meta de 1,5°C estabelecida pelo Acordo de Paris.
O Painel Intergovernamental sobre Mudança do Clima (IPCC), diz que a temperatura média global, até 2100, só pode aumentar 1,5°C. Isso em relação ao período antes da Revolução Industrial, de 1850 a 1900, quando passamos a emitir mais carbono no ar com a queima de petróleo, gás e carvão.
As pesquisas mostraram que o limite escolhido pode evitar catástrofes e até o desaparecimento de países, como explica a especialista em política climática do Observatório do Clima, Stela Herschmann.
“Por exemplo, os corais desaparecem por completo, a gente tem pontos de não retorno na ciência nos ecossistemas que são acionados com 2°C, Os países que desaparecem. E com isso se consolidou que a interferência não perigosa no equilíbrio da terra é 1,5°C de aquecimento”.
A preocupação que surgiu em dados recentes é que já estamos vivendo acima da meta de 1,5°C. Segundo Stela, a ciência já previa que poderíamos passar, o importante é voltarmos o mais rápido possível.
“Agora a grande diferença é: quantos graus a gente vai passar, que faz muita diferença pros impactos que a gente vai sentir, e quanto tempo a gente fica acima de 1,5°C, que também faz muita diferença”.
A COP30 precisa dar uma resposta política firme que demonstre o compromisso dos países para salvar a meta de temperatura.
“Essa resposta, principalmente nos combustíveis fósseis, como ela se traduz na implementação dos compromissos, na implementação da decisão de se abandonar os combustíveis fósseis, é a resposta mas importante e a maior contribuição que a COP30, que os países podem dar para a crise climática que a gente já está vivendo”.
Segundo a especialista, já existem opções acessíveis e mais baratas para combater o aquecimento global, mas o principal é abandonar os combustíveis fósseis, responsáveis por 80% das emissões no mundo.
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