O ex-procurador-geral do INSS VirgĂlio Oliveira Filho foi ouvido nesta quinta-feira na ComissĂŁo Parlamentar Mista de InquĂ©rito (CPMI) do INSS, optando por permanecer em silĂȘncio diante das perguntas do relator, deputado Alfredo Gaspar (UniĂŁo-AL). O depoimento de Oliveira Filho começou no final da tarde desta quinta-feira (23), apĂłs a comissĂŁo ter ouvido sua companheira, Thaisa Hoffmann.
Um pouco antes, Oliveira Filho afirmou nĂŁo ser indiciado no esquema que desviou cerca de R$ 6,3 bilhĂ”es em descontos irregulares nos benefĂcios de aposentados e pensionistas.
âNĂŁo sou indicado, nĂŁo sou rĂ©u, muito menos condenadoâ, declarou a testemunha afirmando ainda nĂŁo ter sido ouvido pelas autoridades.
âNĂŁo fui ouvido, nĂŁo prestei esclarecimentos, mas percebi um prejulgamento muito forte e, com base em todas essas questĂ”es, eu falarei aqui e defenderei os meus atos enquanto procurador do INSSâ, afirmou.
Oliveira Filho foi afastado do cargo por decisĂŁo judicial em abril. Segundo investigaçÔes da PolĂcia Federal (PF) e da Controladoria-Geral da UniĂŁo (CGU), ele teria recebido R$ 11,9 milhĂ”es de empresas ligadas a associaçÔes investigadas por descontos irregulares em benefĂcios previdenciĂĄrios.
O relator da CPMI, deputado Alfredo Gaspar (UniĂŁo-AL), questionou sobre a evolução do patrimĂŽnio do ex-procurador do INSS e funcionĂĄrio de carreira da Advocacia-Geral da UniĂŁo (AGU).Â
âPor orientação da minha defesa vou permanecer em silĂȘncioâ, afirmou Oliveira Filho que optou por permanecer em silĂȘncio diante das perguntas do relator.
Um habeas corpus (HC), concedido pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Luiz Fux deu ao depoente o direito de permanecer em silĂȘncio em questionamentos que possam incriminĂĄ-lo.
Companheira
Mais cedo, Thaisa Hoffmann Jonasson, companheira do ex-procurador, tambĂ©m se manteve em silĂȘncio durante quase todo o seu depoimento. Dona de empresas de consultoria Thaisa Hoffmann Ă© apontada, pelos integrantes do colegiado, como âlaranjaâ do esquema de desvio de recursos de aposentados e pensionistas.
Durante o depoimento de Thaisa, o presidente do colegiado, senador Carlos Viana (Podemos-MG), afirmou que as testemunhas convocadas pela CPMI do INSS que não marcarem depoimento até o próximo final de semana serão alvo de pedido de prisão.
Entre os citados pelo senador estĂŁo os seguintes convocados: Mauro Palombo ConcĂlio, contador de diversas empresas suspeitas de envolvimento nas fraudes, Vinicius Ramos da Cruz, cunhado do presidente da Confederação Nacional dos Agricultores Familiares e Empreendedores Familiares Rurais (Conafer); Silas da Costa Vaz, vinculado Ă Conafer; CecĂlia Rodrigues Mota, ex-presidente da Associação dos Aposentados e Pensionistas Nacional (Aapen); e Danilo Berndt Trento, empresĂĄrio suspeito de envolvimento nas fraudes.
Pedidos de prisĂŁo
Viana fez ainda um apelo ao ministro do STF André Mendonça para que decrete os pedidos de prisÔes preventivas aprovadas pelo colegiado.
âO tempo da paciĂȘncia acabou, agora Ă© tempo de ação, decrete as prisĂ”es aprovadas por essa CPMIâ, disse o senador, argumentando que os pedidos estĂŁo baseados em evidĂȘncias robustas. âEnquanto o aposentado chora com o desconto no contracheque, eles brindam com champanheâ, continuou.


